Mata de Escusos
Dia um
“mata de escusos” retrata uma travessia para dentro de si.
o “dia um” revela-se não muito diferente dos que o antecedem: tomado pelo peso do acaso e da inconsciência acerca das palavras e atos que inscreve no real de forma incessante.
mas algo, enfim, parece insustentável.
assim, o sujeito se propõe a caminhar livre — e em frente –, o que é fonte da chegada de grande dor à superfície, escancarando aquela vida, pelo que ela é. trata-se de um movimento, porém, imprescindível no caminho que o sujeito coloca para si.
sem reconhecer aquilo que foi, impossível será se tornar, e vivemos sempre no meio deste processo. assim, permite-se que sua dor arda em seu próprio favor e sem deixar de carregar o que lhe pertence.
quando aponta-se para as dificuldades, mentiras e incertezas, o intuito não é chorar o leite derramado, mas sim ver que o chão está sujo.
Dia dois
o “dia dois” retrata o confronto entre a inquietude que explodiu dentro do sujeito, diante de sua crescente sensação de indeterminação, e as incertezas de todo início de jornada.
há um grande e novo ímpeto de realizar e inscrever no mundo toda a coragem que a irresignação proporcionou.
no entanto, o caminho não se revela logo por completo, e nem poderia. aquele que caminha adiante, nem sempre pode ver onde pisa e, por isso, comumente precisa se levantar.
espero que esse processo, agora transformado em poesia, lhe ajude a andar em direção a si mesmo, mas agora renovado.
vídeos do arquivo pessoal do autor
texto e voz por bruno alcantara
trilha sonora por bruno alcantara
edição de vídeo por bruno alcantara
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